No total, as oficinas de formação em Patrimônio Cultural Kaingáng e Biodiversidade, alcançaram mais de 200 indígenas Kaingáng, especialmente professores que atuam nas Escolas Indígenas no RS, SC, PR e SP ao longo de 2023 e início de 2024.

A Organização Indígena Instituto Kaingáng/Inka e o Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual/Inbrapi concluíram o atendimento de Formações de Capacidades no tema de Patrimônio Cultural Kaingáng e Biodiversidade junto ao povo Kaingáng no Brasil, com a realização da última oficina na Terra Indígena Apucaraninha, no dia 22 de janeiro, aos Kaingáng do Paraná.

Com o término das oficinas, o Instituto Kaingáng cumpre parte importante do acordo de repartição coletiva de benefícios firmado entre a Produtora Floresta e o povo Kaingáng durante a Consulta Pública sobre o uso de expressões culturais tradicionais Kaingáng em obra audiovisual, realizada em janeiro e fevereiro do ano passado, em que os participantes Kaingáng solicitaram como demanda a ocorrência de oficinas, principalmente voltada para professores indígenas dentro dos temas de seu interesse como patrimônio cultural.

Uma agenda de trabalho foi organizada pelo Inka para atender aos Kaingáng no Brasil em oficinas de até dois dias, reunindo na maioria, professores kaingáng das escolas indígenas, artesãos, acadêmicos, homens e mulheres, lideranças de base e espirituais de acordo com cada estado, alcançando mais de 200 indígenas.

A realização do trabalho teve o apoio da Produtora Floresta em um total de 07 oficinas, sendo 03 delas aos Kaingáng do Rio Grande do Sul, na Terra Indígena Guarita, município de Tenente Portela, na cidade de Passo Fundo e outra no município de Coxilha, mais 02 oficinas aos Kaingáng de Santa Catarina, na Terra Indígena Toldo Pinhal, município de Seara, 01 oficina aos Kaingáng de São Paulo na Terra Indígena Icatu e 01 oficina aos Kaingáng do Paraná na Terra Indígena Apucaraninha, no município de Tamarana, onde as fortes chuvas na região impossibilitaram a continuidade de mais um dia de trabalho previsto.

O início das oficinas no Rio Grande do Sul contou com a parceria do projeto Ẽg Kanhró (Nossos Saberes) do Instituto Kaingáng que já se encontrava em andamento e tratava-se de uma iniciativa educativa e cultural aprovada pelo Inka no Edital de Concurso FAC Patrimônio n⁰ 07/2021 da Secretaria de Estado da Cultura do RS (Sedac) e da Secretaria de Estado da Educação RS (Seduc). Após a conclusão do Ẽg Kanhró no RS, o Inka deu continuidade às oficinas de formação para os estados de SC, SP e PR, somente com apoio da Produtora Floresta.

Formação de professores indígenas

O educador Kaingáng, historiador e palestrante, Bruno Ferreira aponta alguns fatores importantes presentes nas oficinas desenvolvidas pelo Inka. “Quando falamos em educação específica, diferenciada, multilíngue e intercultural, estamos nos propondo a trazer outros conhecimentos, saberes para dialogar na escola, na sociedade, para isso é imprescindível a formação do professor com esse perfil. Nesse sentido, o Instituto Kaingáng vem promovendo a formação de professores que possam dar conta dessa nova concepção de educação escolar indígena”.

Durante as oficinas do Inka, foram entregues materiais didáticos pedagógicos bilíngues publicados pelo Inka com foco nas escolas Kaingáng, uma medida que também fazia parte do acordo de repartição coletiva de benefícios pelo uso das expressões tradicionais Kaingáng em obra audiovisual. A previsão completa da distribuição é de 500 kits contendo os livros “Ponto de Cultura Kanhgág Jãre: 15 anos”, “Expressões Culturais Tradicionais Kaingáng” e “Ẽg Rá – Nossas Marcas”.

O Instituto Kaingáng agradece imensamente aos apoiadores, parceiros e parentes Kaingáng dos quatro estados, RS, SC, PR e SP nesse incrível trabalho e jornada de conhecimento compartilhada. O próximo encontro será na inauguração do Memorial Kaingáng: Andila Nῖvygsanh, onde autoridades Kaingáng da região Sul e Sudeste estarão conosco no dia 21 de fevereiro, em Coxilha/RS, você é nosso(a) convidado(a)!

ENTREGA DAS PUBLICAÇÕES DO INKA AOS PARTICIPANTES KAINGÁNG DO PARANÁ DURANTE A OFICINA NA TERRA INDÍGENA APUCARANINHA/TAMARANA. Fotos: Arian Kãgfér

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